A Leishmaniose é uma doença infecto parasitária causada por um protozoário do gênero Leishmania. Existem 2 tipos: a Tegumentar (cutânea), que é mais comum no homem, e a visceral que é mais comum nos cães. É uma doença sistêmica, que afeta o sistema imunológico e acomete vários órgãos internos (fígado, baço, medula óssea, etc.) e também a pele.
A Leishmaniose é uma zoonose (doença que pode ser transmitida dos animais para os humanos e vice versa, podendo em ambos levar a óbito. É uma das 7 epidemias que mais cresce no mundo.
Sintomas
Lesões de pele que não curam, hiperqueratose dos coxins (por excesso de produção de queratina), unhas espessas e exageradamente compridas, lesões oculares, nódulos no corpo, linfonodos aumentados, emagrecimento e caquexia. Na forma sistêmica da Leishmaniose visceral existem sintomas comuns a várias outras doenças, assim como: vômito, diarreia, perda de apetite, desidratação, anemia e distúrbio urinário entre outros.
Diagnóstico
É completo, com muitas chances de falsos negativos, com base nos sinais clínicos podem ser feitos testes sorológicos, testes rápidos, citologia e Histopatologia.
Causas
No Brasil, a transmissão ocorre através da picada do mosquito Lutzomyia Longipalpis, popularmente conhecido por mosquito-palha ou birigui, dependendo da região. É uma doença considerando endêmica, e normalmente está associada a locais de condições sanitárias precárias, pois o mosquito-palha põe seus ovos em locais ricos em matérias orgânicas, ele é um mosquito florestal, porém com o desmatamento invadiu as áreas urbanas pela periferia por ter na maioria das vezes, esgoto a céu aberto, lixo e animais soltos, onde encontram condições ideais para procriar.
Tratamento
É uma questão de saúde pública, e até bem pouco tempo atrás, o diagnóstico de Leishmania canina era uma sentença de morte, pois o ministério da saúde não permite o tratamento dos cães por ele ser o principal reservatório urbano da doença e ser uma zoonose que não tem cura. Essa realidade começou a mudar em 2016 quando o Ministério da Saúde regulamentou um medicamento veterinário com resultados positivos para controlar a doença, assim o cão tem uma cura clínica e epidemiológica, ficando com os sintomas e transmissão controlados, porém não com a cura total. O tratamento é oneroso, longo, com associação de medicamento e necessita de acompanhamento veterinário por toda vida.
Prevenção
– Limpeza de terrenos;
– Políticas públicas de tratamento de esgotos;
– Tela de proteção nas janelas;
– Para cães existe uma vacina específica para Leishmaniose, porém antes de vacinar os cães eles devem fazer um teste sanguíneo e somente os animais com resultados negativos devem ser vacinados. A prevenção deve ser feita a partir dos 4 meses de idade, com 3 doses da vacina com intervalo de 21 dias entre elas.
– Coleira repelente de mosquito (existem várias no mercado pet).
Para uma prevenção eficaz é muito importante que o cão seja vacinado para Leishmaniose e juntamente usa a coleira repelente o ano todo, pois dessa forma a proteção é realmente efetiva, fazendo a vacina ou o uso somente da coleira a proteção fica reduzida.
Como é uma doença que não tem cura total e o cão é o principal reservatório urbano, a prevenção é sem dúvidas o melhor remédio já que para os humanos não existe vacina, porque protegendo os cães, nós humanos temos menos chances de sermos infectados por uma e muitas vezes, fatal doença.